domingo, 31 de outubro de 2010

APRENDENDO COM A VIDA


Quando eu era criança, sofria uma cobrança absurda em relação a comportamento e atitudes. Não fala alto ! Não faz isso ! não faça aquilo ! Isso pode até parecer ruim a princípio, mas pude comprovar a veracidade daquele velho ditado "o que não mata fortalece", acho que me tornei forte e decidida, devido a isso. E de certa forma agradeço. Esta atitude perante a vida, cria algumas complicações. Vc se torna o carrasco de si própria, a cobrança que vc faz a mesma chega ser cruel. Exigindo mais do que pode suportar.  No entanto, sabedora disso passei a ser observadora das situações existente na vida, e com isso tirei algumas lições que utilizo até hoje. Meu filho teve uma grande participação nessas atitudes responsáveis pela mudança de atitude em relação a minha vida. Lembro-me do dia em que falei com ele, que estava em segura em ser mãe, não sabia se estava desempenhando bem a nova função. E ele na sua sabedoria de seus 6 anos disse: mãe não sou diferente de vc, é a primeira vez que sou filho não sei se estou fazendo de forma certa. Nesse dia entendi que todos, sem exceção tem suas inseguranças, não importa em que posição esteja. Não nascemos com um manual. Tevemos aprender as lições que nos é aprsentadas. Bem, essa não foi a única lição dele, entre outras, tem algumas que acho que vale a pena mencionar. Meu filho, tinha um coleguinha que brincava muito com ele e um belo dia ele apareceu sem o dente da frente. Era a época dos dentes de leite, começarem a cair. Confesso que  foi primeira coisa que vi. O meu filho, sequer piscou e com a maior naturalidade convidou o coleguinha para brincar. Achei aquilo interessante e quando a criança foi embora comentei :- vc viu que seu coleguinha perdeu o dente ? E ele respondeu: vi, pq ? Vc não se espantou ? E ele novamente me deu outra lição: Mãe, td mundo perde o dente, não é nada de anormal, pq me espantaria com uma coisa tão comum? E eu insistir, provocando a criança. É que fica feio, estranho. E ele sem dá muita importância retrucou: quem não ficaria feio assim? Pronto, bem feito pra mim. Entendi o recado. Temos o hábito de julgar e nos espantar com  coisas comum a todos, como se morássemos no Olímpio e somente os rés mortais passassemm por certas situações. Foi assim que resolvi repensar as minhas fraquezas e meus defeitos. Pq  me envergonhar com algo que todo mundo está sujeito ?  Nos comportamos como o pior dos mortais quando passamos por situações que todo mundo está sujeito e o pior somos cruelmente cobrados e julgados pela sociedade. Quem nunca errou ? Quem nunca caiu na rua ? ou nunca acordou de mau hálito? Qual mulher nunca sujou a roupa com a malfada mestruação? Vou contar mais uma. Andava com uma amiga, no centro da cidade e a sandália dela arrebentou e  apesar de tentar de várias maneiras calçar a dita cuja, ficou impossível andar daquela forma. Sem alternativa, muito envergonhada, ficou descalço, mas se preocupava com olhar "espantado" dos outros. Acho que era a primeira vez que algo do tipo acontecia no mundo. Um incidente internacional. A menina estava se sentindo uma criminosa. Parecia que todos que olhavam pra ela queriam dizer: que feio arrebentou a sandália, como pode? Vendo o constrangimento dela, resolvi ser solidária e inovar, tirei as minha sandálias. E ela mais a vontade começou a rir. Tudo bem, fui chamada de maluca. Nunca na história desse Brasil, duas mulheres andaram descalças na rua. E ainda solidárias na vergonha.
Gente, adorei fazer isso. Acho que foi a forma que encontrei de dizer : "estou descalço e dai? " Aconselho vc a experimentar ser pelo menos, uma vez comum, normal. Não se envergonhar de viver, não como uma deusa que não passa por certas coisas, pelo menos, eu acho, mas viva como ser "umano" que comete gafes, erros e a qq momento pode passar por uma situação inusitada. Perdoe me a grafia. hehehe. E possívelmente desse texto pode haver outros. Afinal errar é humano.  A sensação é incrível !! Enquanto aos outros ? Eles que se danem. Bjs. Mami

'O homem nasceu livre e por toda a parte vive acorrentado"  - Jean-Jacques Rosseau.

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